sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Acreditar no impossível...

“Não adianta tentar,” Disse Alice: “Não se pode acreditar em coisas impossíveis”“Eu ouso dizer que você não tem muita prática”, disse a Rainha. “Quando eu tinha a sua idade, sempre fazia isso por meia hora todos os dias. Por que, às vezes eu acreditava em seis coisas impossíveis, antes mesmo do café da manhã”.

Para quem leu o livro vai reconhecer que esse é um trecho de Alice no País das Maravilhas, pra quem viu o filme vai lembrar também mas de uma forma um pouco diferente, mas a essência é a mesma. Acreditar no impossível.

Quando crianças fazemos isso constantemente, imaginamos que somos super heróis, que temos super poderes, que nossos brinquedos podem falar, acreditamos em tantas coisas impossíveis, sonhamos e sonhamos de uma forma crua, sincera e acreditamos nesse sonho.

Crescemos e vamos perdendo um pouco essa capacidade de acreditar no impossível, deixamos de acreditar que podemos voar, deixamos que acreditar que existe qualquer tipo de mágica na vida. Alguns de nós deixam de acreditar nas cores e passam a enxergar em  tons de cinzas. Outros se tornam parte da máquina e passam a reagir de forma binária, esquecendo que no mundo em que vivemos existe uma imensa possibilidades de escolhas.

E assim aquela criança que acreditava que poderia e deveria voar, se torna um adulto que não consegue tirar seus pés dos chãos. Um adulto que acredita que não adiantar tenta, mais um dos milhões que se perdem na aventura do amadurecer, e acabam sufocados pela incapacidade de sonhar, pela incapacidade de acreditar.

Sempre fui muito de acreditar no impossível, sempre fui do tipo de pessoa capaz de enxergar através do óbvio, de ver possibilidades que outros não viam. Sempre sonhei, visualizei e de uma forma ou de outra realizei muitos dos sonhos impossíveis que me sonhei.

Hoje me bateu uma tristeza, senti que aquele eu que acreditava no impossível não existia mais, que o impossível realmente é impossível... cheguei a um ponto onde deixei de sonhar. E o que nós somos sem os nossos sonhos? Poderia definir de diversas formas, mas acho que a melhor palavra para definir a falta de sonhos é tristeza, se não somos sonhos, somos tristeza.

Tenho sentido tanta tristeza ultimamente, que esse sentimento faz com que eu me sinta cada vez menor e inadequado. Olho para os lados e sinto que qualquer pessoa é melhor do que eu, mais merecedora de sucesso do que eu.  É como se eu cruzasse com as pessoas numa gigante escada, e enquanto elas sobem os degraus, eu vou no sentido contrário.

Mas eu perdi tanta coisa, mas ainda não perdi por completo minha fé, confesso que não tenho mais fé nas pessoas, e também confesso que restou muito pouco da minha fé em mim, mas é nesse pouco de fé que agarro, a esperança de que as coisas irão melhorar. Esperança de que dias melhores estão por vir. Esperança de que vou voltar a acreditar no impossível.

Logo no começo do livro quando Alice precisa atravessar a porta que cruza para o jardim, e ela tem que escolher entre a bebida que vai deixar ela minúscula a ponto de passar por debaixo da porta ou o pedaço de bolo que deixaria ela gigante para pegar a chave e abrir a porta que daria para o jardim, ela disse que não importava se ela fosse pequena ou gigante, ela daria um jeito de cruzar aquela porta e encontrar o jardim.

A vida ela é não é justa, nem todas as pessoas são boas, estamos nos tornando cada vez mais frios uns com os outros, mas ainda acredito que o melhor caminho ainda é acreditar no IMPOSSÍVEL!