domingo, 8 de dezembro de 2013

Crescer é preciso...

Chega uma hora em que crescer é necessário, crescer, amadurecer de verdade... aprender que a vida não é cinza como os pessimistas dizem e nem rosa como os sonhadores a pintam, a vida pode ter todas as cores que você quiser, desde o cinza até um vívido amarelo, ou qualquer outra cor que você bem entenda que fique bem na tela desta obra de arte chamada vida.

Confesso que tenho crescido bastante nestes últimos meses e quando eu falo em crescer é exatamente isto, entender que a vida ela não necessariamente corre conforme eu queira ou como eu planejei, mas que mesmo com todos os imprevistos é possível SEMPRE aprender uma lição e ser melhor, e ser melhor não necessariamente significa estar com um sorriso no rosto a cada segundo, ser melhor significa que você está mais forte, que sua pele está mais densa e que sua alma está menos frágil.

Aprendi que mais do que colecionar, erros, sucessos e insucessos, eu coleciono experiências... eu reconheço que as vezes ajo como um imbecil, mas que muitas vezes ajo com uma sabedoria e serenidade que não sei da onde vem.

A gente vê na natureza que todo processo de crescimento envolve mudanças, e mudanças muito bruscas e significativas e esse processo tem um tempo, que é para nosso corpo se acostumar, para a nossa a alma estar preparada, uma lagarta não faz o seu casulo em 15 minutos e em mais 15 se torna uma linda borboleta, uma semente não se torna uma imponente e forte árvore em 1 semana, um parasita não invade uma ostra e logo se transforma numa valiosa pérola... tudo isso leva tempo.

Crescer é mais do que ter a paciência para aceitar o tempo que algumas mudanças levam, crescer é reconhecer que a cada dia você se distancia do seu velho "eu" e se aproxima cada vez daquele "eu" que você tem potencial de ser. 

Não lembro com certeza aonde li, mas algo parecido com "...Não devemos olhar os homens como eles são, mas sim como eles podem ser" e tenho tentado muito praticar isso, mais do acreditar no potencial do ser humano, acreditar no meu potencial e assim como uma ostra tem a capacidade de transformar um invasor em uma jóia rara, acredito que eu tenho o potencial e a capacidade de transformar tudo aquilo que não me agrega e não me faz bem em experiências e lições para o futuro, porque na verdade essas são nossas verdadeiras jóias, as lições que aprendemos.

Que possamos crescer, que possamos pintar a tela de nossa vida com as cores que gostamos, com os desenhos que quisermos, mas que no final o resultado seja sempre uma obra de arte aos nossos olhos, porque a vida nada mais é que isso, uma constante obra de arte.


domingo, 17 de novembro de 2013

Noivo em Fuga


Essa semana minha terapeuta, que eu prefiro chamar de anjo da guarda, ou simplesmente amiga, me deu uma lição de casa, assistir o filme Noiva em Fuga... ela não disse mais nada, ela só disse: "ASSISTA"... como pra mim assistir filme não é nenhum sacrifício, tendo em vista que sou um cinéfilo de carteirinha, lá fui eu para cumprir minha missão.


Ontem no final da tarde eu assisti o filme, Julia Roberts e Richard Gere, impecáveis como sempre e as comédias românticas dos anos 90 são simplesmente sensacionais, um tipo de filme que não vemos mais hoje em dia.


Mas enfim, resumindo o filme, Julia Roberts é uma mulher que já fugiu de 3 casamentos antes mesmo de chegar ao altar,  Gere é um jornalista de Nova Iorque que ao saber da história da noiva fugitiva decide escrever uma matéria bem machista sobre ela, a matéria não é bem recebida e no meio de tudo isso ele perde seu emprego  e sua credibilidade e para recuperar ambos ele parte para a cidade da noiva fugitiva para provar a todos que a história é real. No desenrolar da história Gere começa a conhecer todas as pessoas que rodeiam e fazem parte da vida da noiva, inclusive os pobres noivos deixados no altar e pouco a pouco ele vai adentrando no mundo tão complicado da noiva em fuga... Algo que me chamou mais a atenção no filme foi o fato de o jornalista ter entrevistado todos os ex-noivos e feito a mesma pergunta "Como a noiva gosta de comer ovos?", e cada um responde de um modo diferente...

OK, mas no final das contas o que os ovos tem a ver com o filme? Os ovos tem tudo a ver com filme...rs...em cada relacionamento a noiva se moldou ao modo de vida do outro, ela deixou de lado quem ela era simplesmente pra agradar o outro, se o noivo 1 gostava de ovos mexidos, ela também gostava... se o noivo 2 gostava de ovos fritos ela também gostava e por ai ia... Muitas vezes as pessoas são assim nos relacionamentos, elas vivem em mundo que não é o mundo delas, elas vivem um personagem só para se adaptar à vida do outro. 

E viver esse personagem era o que fazia com que ela sempre desistisse dos seus casamentos, bem lá no fundo ela não queria viver um personagem pelo resto da vida... alimentar um personagem é muito cansativo é muito incômodo e por isso ela sempre fugia... amei o que ela disse sobre suas fugas "...Queria dizer a você sobre porque eu fujo, às vezes, corro das coisas ... quando eu caminhava até o altar, era para alguém que não fazia idéia de quem eu era realmente. E só a metade da culpa era dele, pois fiz todo o possível para convencê-lo de que eu era exatamente o que ele queria. Então, foi bom eu não ter levado adiante, porque teria sido uma mentira..." 


O filme foi sensacional, tanto pelo entretenimento proporcionado quanto pela lição aprendida, qualquer relacionamento que queira perdurar, ou mais do que perdurar que queira ser sólido, bonito e feliz enquanto durar, tem que ser construído em cima de verdades, personagens não servem para um casal, pois quando termina o dia vai ser só você e a outra pessoa.Somos individuos, diferentes, únicos e é nisso que está a beleza do ser humano, como um bom anjo me disse "...Os opostos se atraem, mas são nas semelhanças que encontramos segurança..." e que essas semelhanças sejam a verdade, a honestidade e o brilho nos olhos.





sábado, 16 de novembro de 2013

A arte do desapego

Pensar e se repensar, comecemos por isso... parar, respirar e olhar para si mesmo nem sempre é uma das tarefas mais fáceis, a auto-análise pode ser de início algo muito doloroso, porque começamos a enxergar que na verdade não somos bem do jeito que pensamos ou que gostaríamos que fôssemos... o exercício do espelho pode ser desconfortável de início, mas se formos corajosos e estivermos dispostos a mudar é o primeiro passo para nos tornarmos seres humanos melhores.

Vivemos em mundo caótico, onde cada vez mais temos que aprender a dançar conforme a música para sobrevivermos e neste baile de máscaras, muitas vezes vamos deixando de ser quem somos para vivermos de acordo com a expectativas do mundo ao nosso redor, somos cada vez mais a pessoa que nossos pais esperam, que nossos colegas de trabalho esperam, que nossos amigos esperam, que nossos companheiros esperam e cada vez menos aquela pessoa que somos de verdade.

Tenho pensado muito sobre isso nos últimos tempos, o quanto de mim realmente é meu, o quanto de mim é a minha essência, e quanto mais vou me perguntando, quanto mais vou peneirando minha alma e tentando separar o que sou eu de verdade e o que é o "eu" criado para se adequar as expectativas dos outros, noto que muito de mim não sou eu de verdade... meio confuso... mas é a realidade. 

Vivemos em um mundo que quando somos crianças nossos pais dizem - "Você tem que ser assim para ser considerado um bom menino"-, onde seus professores dizem: "Você tem que ser assim para ser um bom aluno", onde seus amigos dizem: "Você tem que ser assim para fazer parte do grupo", onde a sociedade diz "Você tem que seguir esse modelo para estar dentro do padrão"... Tudo isso é besteira, temos muitos "tem que" mas só um que realmente é importante e significativo ... VOCÊ TEM QUE SER FELIZ E PONTO FINAL.

E para ser feliz é preciso praticar a lei do desapego, se aceitar do jeito que você é, uma pessoas com qualidades e defeitos, entender que você é uma obra de arte ainda em progresso, depois da aceitação é importante que tenhamos coragem suficiente para se desapegar de tudo aquilo que não nos faz bem, por mais que aquilo tenho tenha um significado, é preciso se livrar da bagagem emocional desnecessária, aquilo que só lhe causa peso e incomodo.

É igual quando limpamos um guarda roupa e jogamos roupas velhas foras, as vezes ficamos relutando em nos livrarmos de algumas peças com a justificativa de "essa roupa é especial porque ganhei de fulano", "esta outra eu não posso me desfazer porque eu usei em ocasião X há 10 mil anos atrás" ... e por mais justificativas que tenhamos para mantermos aquela peça no armário só resta a certeza que aquilo é velho, fora do seu tempo, não serve mais e só ocupa um espaço que poderia ser de algo novo e muito mais útil.
Preciso jogar tudo o que não me serve mais, tudo aquilo que não me agrega, tudo aquilo que não me faz melhor.

Essa é a minha meta... praticar a lei do desapego, deixar pra trás aquilo que não faz parte de mim, parar de gastar energias tentando ser o que nunca vou ser e viver a vida ao meu modo, sem machucar ou prejudicar ninguém, mas sendo feliz, porque no final das contas esse é o propósito da vida, sermos felizes e não tem como ser feliz por debaixo de uma máscara.

A felicidade é a verdade, é a sinceridade, é a transparência e principalmente a leveza, por isso deixo pra trás tudo aquilo que não é meu.


"Soltar. Entregar. Deixar ir. Deixar partir. Fluir. Viver no presente. Sem o peso do passado, sem expectativas para o futuro. Saber da nossa finitude. Saber que somos passageiros. Sem posses. Sem medo. Sem culpas."





segunda-feira, 12 de agosto de 2013

OPORTUNIDADES DISFARÇADAS...

Como todo homem de sorte, semana passada o destino me agraciou com um entorse no pé direito e de brinde dois ossos da base do pé quebrado, mas como reclamar não leva a nenhum lugar produtivo ou situação positiva, o segredo é achar as famosas "OPORTUNIDADES DISFARÇADAS".

Nas próximas 6 semanas o que eu mais vou ter vai ser tempo de encontrar as oportunidades disfarçadas, e uma das oportunidades que encontrei foi a de repensar a vida, fazer aquele famoso balanço que sempre deixamos pra depois sob aquela velha, eterna e sempre atual desculpa de não termos tempo.

Fazia muito tempo que não tinha um tempo pra mim mesmo, um tempo para realmente pensar na vida, rever valores, rever objetivos, perspectivas e expectativas, ou simplesmente ficar jogado no sofá sem fazer nada, nos últimos anos minha vida se resumiu a trabalhar, a buscar ser melhor profissionalmente, a me superar, a mostrar pros outros o quão bom eu sou no que eu faço, confesso que consegui isso.

Sou um profissional extremamente competente (e modesto), que consigo as coisas que quero e alcanço os objetivos que me coloco, mas o ser humano não é formado de uma base só, ter uma base profissional sólida é importante, mas e o resto? Família, amor, diversão, espiritualidade, vida social... essas coisas é que fazem você um ser humano, as experiências e as dinâmicas que você desenvolve em cada uma destas áreas fazem de você um indivíduo rico de verdade.

Por mais que com toda minha impaciência eu odeie ficar com minha perna imóvel, bem lá no fundo eu agradeço a Deus por isso, pois enquanto minha perna está imóvel a minha mente está agitada, pensando, repensando, sonhando e projetando novas expectativas.

Então, que a empolgação de um pé quebrado não dure somente o tempo que tiver um gesso no pé, mas sim enquanto tiver um coração ansioso por vida batendo dentro do meu peito.

I'm leaving today... Living it, leaving it to change