domingo, 17 de novembro de 2013

Noivo em Fuga


Essa semana minha terapeuta, que eu prefiro chamar de anjo da guarda, ou simplesmente amiga, me deu uma lição de casa, assistir o filme Noiva em Fuga... ela não disse mais nada, ela só disse: "ASSISTA"... como pra mim assistir filme não é nenhum sacrifício, tendo em vista que sou um cinéfilo de carteirinha, lá fui eu para cumprir minha missão.


Ontem no final da tarde eu assisti o filme, Julia Roberts e Richard Gere, impecáveis como sempre e as comédias românticas dos anos 90 são simplesmente sensacionais, um tipo de filme que não vemos mais hoje em dia.


Mas enfim, resumindo o filme, Julia Roberts é uma mulher que já fugiu de 3 casamentos antes mesmo de chegar ao altar,  Gere é um jornalista de Nova Iorque que ao saber da história da noiva fugitiva decide escrever uma matéria bem machista sobre ela, a matéria não é bem recebida e no meio de tudo isso ele perde seu emprego  e sua credibilidade e para recuperar ambos ele parte para a cidade da noiva fugitiva para provar a todos que a história é real. No desenrolar da história Gere começa a conhecer todas as pessoas que rodeiam e fazem parte da vida da noiva, inclusive os pobres noivos deixados no altar e pouco a pouco ele vai adentrando no mundo tão complicado da noiva em fuga... Algo que me chamou mais a atenção no filme foi o fato de o jornalista ter entrevistado todos os ex-noivos e feito a mesma pergunta "Como a noiva gosta de comer ovos?", e cada um responde de um modo diferente...

OK, mas no final das contas o que os ovos tem a ver com o filme? Os ovos tem tudo a ver com filme...rs...em cada relacionamento a noiva se moldou ao modo de vida do outro, ela deixou de lado quem ela era simplesmente pra agradar o outro, se o noivo 1 gostava de ovos mexidos, ela também gostava... se o noivo 2 gostava de ovos fritos ela também gostava e por ai ia... Muitas vezes as pessoas são assim nos relacionamentos, elas vivem em mundo que não é o mundo delas, elas vivem um personagem só para se adaptar à vida do outro. 

E viver esse personagem era o que fazia com que ela sempre desistisse dos seus casamentos, bem lá no fundo ela não queria viver um personagem pelo resto da vida... alimentar um personagem é muito cansativo é muito incômodo e por isso ela sempre fugia... amei o que ela disse sobre suas fugas "...Queria dizer a você sobre porque eu fujo, às vezes, corro das coisas ... quando eu caminhava até o altar, era para alguém que não fazia idéia de quem eu era realmente. E só a metade da culpa era dele, pois fiz todo o possível para convencê-lo de que eu era exatamente o que ele queria. Então, foi bom eu não ter levado adiante, porque teria sido uma mentira..." 


O filme foi sensacional, tanto pelo entretenimento proporcionado quanto pela lição aprendida, qualquer relacionamento que queira perdurar, ou mais do que perdurar que queira ser sólido, bonito e feliz enquanto durar, tem que ser construído em cima de verdades, personagens não servem para um casal, pois quando termina o dia vai ser só você e a outra pessoa.Somos individuos, diferentes, únicos e é nisso que está a beleza do ser humano, como um bom anjo me disse "...Os opostos se atraem, mas são nas semelhanças que encontramos segurança..." e que essas semelhanças sejam a verdade, a honestidade e o brilho nos olhos.





sábado, 16 de novembro de 2013

A arte do desapego

Pensar e se repensar, comecemos por isso... parar, respirar e olhar para si mesmo nem sempre é uma das tarefas mais fáceis, a auto-análise pode ser de início algo muito doloroso, porque começamos a enxergar que na verdade não somos bem do jeito que pensamos ou que gostaríamos que fôssemos... o exercício do espelho pode ser desconfortável de início, mas se formos corajosos e estivermos dispostos a mudar é o primeiro passo para nos tornarmos seres humanos melhores.

Vivemos em mundo caótico, onde cada vez mais temos que aprender a dançar conforme a música para sobrevivermos e neste baile de máscaras, muitas vezes vamos deixando de ser quem somos para vivermos de acordo com a expectativas do mundo ao nosso redor, somos cada vez mais a pessoa que nossos pais esperam, que nossos colegas de trabalho esperam, que nossos amigos esperam, que nossos companheiros esperam e cada vez menos aquela pessoa que somos de verdade.

Tenho pensado muito sobre isso nos últimos tempos, o quanto de mim realmente é meu, o quanto de mim é a minha essência, e quanto mais vou me perguntando, quanto mais vou peneirando minha alma e tentando separar o que sou eu de verdade e o que é o "eu" criado para se adequar as expectativas dos outros, noto que muito de mim não sou eu de verdade... meio confuso... mas é a realidade. 

Vivemos em um mundo que quando somos crianças nossos pais dizem - "Você tem que ser assim para ser considerado um bom menino"-, onde seus professores dizem: "Você tem que ser assim para ser um bom aluno", onde seus amigos dizem: "Você tem que ser assim para fazer parte do grupo", onde a sociedade diz "Você tem que seguir esse modelo para estar dentro do padrão"... Tudo isso é besteira, temos muitos "tem que" mas só um que realmente é importante e significativo ... VOCÊ TEM QUE SER FELIZ E PONTO FINAL.

E para ser feliz é preciso praticar a lei do desapego, se aceitar do jeito que você é, uma pessoas com qualidades e defeitos, entender que você é uma obra de arte ainda em progresso, depois da aceitação é importante que tenhamos coragem suficiente para se desapegar de tudo aquilo que não nos faz bem, por mais que aquilo tenho tenha um significado, é preciso se livrar da bagagem emocional desnecessária, aquilo que só lhe causa peso e incomodo.

É igual quando limpamos um guarda roupa e jogamos roupas velhas foras, as vezes ficamos relutando em nos livrarmos de algumas peças com a justificativa de "essa roupa é especial porque ganhei de fulano", "esta outra eu não posso me desfazer porque eu usei em ocasião X há 10 mil anos atrás" ... e por mais justificativas que tenhamos para mantermos aquela peça no armário só resta a certeza que aquilo é velho, fora do seu tempo, não serve mais e só ocupa um espaço que poderia ser de algo novo e muito mais útil.
Preciso jogar tudo o que não me serve mais, tudo aquilo que não me agrega, tudo aquilo que não me faz melhor.

Essa é a minha meta... praticar a lei do desapego, deixar pra trás aquilo que não faz parte de mim, parar de gastar energias tentando ser o que nunca vou ser e viver a vida ao meu modo, sem machucar ou prejudicar ninguém, mas sendo feliz, porque no final das contas esse é o propósito da vida, sermos felizes e não tem como ser feliz por debaixo de uma máscara.

A felicidade é a verdade, é a sinceridade, é a transparência e principalmente a leveza, por isso deixo pra trás tudo aquilo que não é meu.


"Soltar. Entregar. Deixar ir. Deixar partir. Fluir. Viver no presente. Sem o peso do passado, sem expectativas para o futuro. Saber da nossa finitude. Saber que somos passageiros. Sem posses. Sem medo. Sem culpas."