segunda-feira, 20 de junho de 2016

Meios ou inteiros?

Nascemos como seres frágeis, indefesos e totalmente dependentes de uma terceira pessoa para sobrevivermos, com o passar do tempo aprendemos a nos alimentar sozinhos, a andar com nossas próprias pernas, aprendemos a mantermos-nos vivos, mas será que se manter vivo significa que de fato estamos vivendo? Tenho pensado muito nisso, somos seres condicionados a criar expectativas,a depositarmos a responsabilidade por nossa felicidade e vida na mão de outro, podemos nos declarar independentes materialmente, mas quantos de nós pode falar que é independente emocionalmente?

A sociedade nos condiciona a pensar que parar sermos felizes de fato precisamos de outra pessoa ao nosso lado, precisamos encontrar a "metade da laranja", a "tampa da panela", aquele "tijolinho da construção", e nesse pensamento medíocre nos privamos de sermos felizes e por conta própria, e mais uma vez, voltamos a agir como aquele bebê frágil e indefeso e projetamos expectativas gigantescas em pessoas que não obrigadas a preencher lacunas e muito menos carregar um peso e uma responsabilidade que não é dela.

É normal que criemos expectativas, que tenhamos alguns modelos pré-definidos e que queiramos que eles se materializem e saiam do campo da imaginação e ser tornem reais, mas viver refém das expectativas que criamos chega a ser utópico, pois quando projetamos uma pessoa para nos relacionarmos projetamos somente as qualidades, seja para um amigo, um companheiro, um chefe, um colega de trabalho, seja quem for, esperamos somente as qualidades e esquecemos que a personalidade do ser humano e como uma colcha de retalhos, pedaços de qualidades e defeitos interligados, e é isso que nos torna seres únicos, os contrastes... Então esperar encontrar uma pessoa recheada de virtudes e coberta por qualidades nada mais é que o pior dos devaneios.

Muitas vezes esquecemos que somos os responsáveis pelo direcionamento de nossa vida e por mais que tenhamos percalços que as vezes atrapalhe o seguimento da vida, por mais que o mundo caia em cima de nossas cabeças nada tira de nossos ombros a responsabilidade pelas realizações de nossas vidas, terceirizar essa responsabilidade é covardia, é fraqueza... e infelizmente as conquistas não são uma constante para esse tipo de pessoas...

Então por essa lógica significa que não devemos esperar nada de ninguém? Sim... absolutamente NADA... Vamos conseguir agir deste modo? Não, provavelmente não... Então não devemos confiar em ninguém? Não é bem isso, confiar não significa esperar algo, confiar significa acreditar que determinada pessoa tem a capacidade de fazer algo...

A matemática é simples, 1+1 não é igual a 1, relacionamento não é subtração, é soma, é o encontro de dois inteiros que se juntam, não podemos nos contentar em sermos metades, não podemos nos contentar em sermos preenchedores de lacunas, complementar o outro não é preencher lacunas, é vivenciar situações que enriqueça cada parte da relação de forma individual, fazendo com que o relacionamento aconteça de forma mais sadia e real, afinal o mundo já está cheio de metades que fazem do relacionamento uma dinâmica destrutiva e ilusória, e o que nos sustenta é a realidade, ela que alicerça qualquer tipo de relacionamento, talvez ela não seja como histórias de contos de fadas, mas com certeza a realidade pode fazer com que os relacionamentos tenham desdobramentos felizes.

As pessoas elas chegam e um dia elas partem, seja de um modo ou de outro, então não podemos ser uma meia pessoa, por que estaremos fadados a viver pela metade, buscamos relacionamentos INTEIROS, e mais do que relacionamentos inteiros, precisamos ser seres humanos INTEIROS e quando isso acontece tudo muda, e estamos preparados para ser 100% em tudo na nossa vida e não meros meios esperando pelo acaso...

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