Quantas vezes nos sentimos desconfortáveis na nossa própria pele? Acho que muitos já passaram por isso, e quem não passou em algum momento vai passar. Esse desconforto é como se não nos sentíssemos mais seguros dentro de nossa própria casa, como se nossa casa interior, onde abrigamos nossa alma, não fosse mais capaz de nos oferecer um teto seguro, proteção e conforto.
Quando isso acontece, precisamos inevitavelmente passar por uma reforma, derrubar paredes, fortalecer alicerces, mudar as cores da casa, jogar tudo que não precisamos mais e pouco a pouco criar uma casa com uma estrutura forte, capaz de nos proteger de todas as intempéries, um ambiente seguro e acolhedor, e o principal um ambiente onde encontremos segurança e abrigo.
Como todo processo de reforma, é preciso despender tempo, se atentar a detalhes e o principal ter muita, mas muita paciência mesmo, e como toda boa reforma começamos pelo processo de desconstrução, e quando fazemos começamos a derrubar as paredes que moldam nosso refúgio interior, precisamos nos revelar pra nós mesmos e iniciar um processo de eliminação e desapego de tudo aquilo que acumulamos até o momento e que definitivamente não nos agrega como seres humanos, as vezes acumulamos coisas que não nos pertencem, que não nos são úteis e que acabam somente ocupando espaço.
Precisamos aceitar que certos pensamentos e comportamentos não nos trazem segurança, pelo contrário, eles fazem com que nos sintamos desconfortáveis e inseguros conosco, abrir mão deste lixo existencial é o primeiro passo para esta reforma interior que tanto buscamos, olhar para si e reconhecer que o verdadeiro motivo dos nossos medos somos nós é algo tão difícil, por mais que fatores externos desencadeiem esses medos, a decisão de lutar contra eles ou se render a eles continua sendo nossa.
Desapegar-se de crenças e valores que carregamos durante toda uma vida não é algo fácil, é como guardarmos no armário aquela roupa que já saiu de moda, ou que não nos serve mais, simplesmente porque criamos um vínculo emocional com ela, mesmo sabendo que ela não nos serve mais, insistimos em mantê-la lá, guardada no armário, ocupando o lugar que poderia ser de uma peça nova, com o medo de estar se desfazendo de um pedacinho de si ao jogar a peça de roupa fora, falta coragem, coragem de entender e aceitar que o tempo passou e que as coisas mudaram, que você mudou.
Quando jogamos fora tudo aquilo que não nos serve mais, sentimos aquela sensação de vazio, e essa sensação é muito ruim de início, mas pouco a pouco a sensação de vazio vai dando espaço a gratificante sensação da certeza de estar reconstruindo seus alicerces, estruturas, paredes de forma consciente, de forma de que esta nova casa vai lhe trazer abrigo, segurança, fortaleza... o medo vai embora e a segurança que a autonomia traz começa a preencher os espaços vazios.
Ambientes novos, cores novas, tudo do jeito que tem que ser, do jeito que você acha que tem que ser, o velho dando lugar ao novo, assim é o destruir para reconstruir. Demolir o velho "eu", escolher o que realmente é seu, o que realmente te faz bem e se desapegar do que não te leva adiante, mudar crenças, pensamentos, atitudes, comportamentos e construir um novo eu, um novo lar, muito mais seguro, sem tantos medos, sem todo o lixo do passado, um novo lar com alicerces fortes, com paredes cheias de cores. Que eu possa passar por esse processo, com coragem e não medo, que eu me desconstrua para que no meio de todos os escombros eu crie minha fortaleza.
Adorei seu texto, me ajudou muito.
ResponderExcluirMinha vontade era desistir de tudo e viver nessa minha casa que já não gosto mais, mas como você escreveu, vou construir minha fortaleza dos meus escombros.
Desconstruir para construir casa nova vida nova e ao abrir as janelas um lindo sol iluminando todo interior dessa casa maravilhosa pq nem de tristezas nem na eacuridao vivera sempre o homem....😍
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